domingo, 30 de agosto de 2009

Respiro ódio.

Odeio o teu maligno corpo que me consome em seus sonhos.
Odeio o teu destilar de sensualidade que me apanha com suas mãos e me destrói o cérebro sem qualquer pingo de arrependimento.
Odeio a perversidade das tuas pernas que me cativam a um ponto incontornável.
Odeio o teu cabelo e a forma obscena de como o soltas.
Odeio-te luz mutilada que me guia pela noite enevoada.
Odeio-te minha rosa de espinhos que me arranca a carne das mãos.
Odeio-te morte lenta que me reveste de medo e me assassina docemente.
Odeio-te amuleto amaldiçoado que intoxicas de frieza o meu ser.
Odeio-te pérfido navio que uso para chegar à outra margem.
Odeio-te dissimulado punhal que se espeta no meu abdómen e se recusa a sair.
Odeio-te abismal fogo que me aquece até me consumir.
Odeio-te tépida noite que procura em mim a coragem para morrer.
Odeio-te selvagem satanás que agarras a minha alma e me levas contigo para as trevas.
Odeio-te subúrbio dantesco onde cresce o grotesco sofrimento animal.
Odeio-te meu amargo doce.