quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Rodopio.
Fui seduzido pela vertigem. O corropio embriagou-me, feriu-me. Deixo-me possuir pela multidão em gritos, pelas sombras. O fogo ainda me persegue, o coração ainda bate. O lascivo carrossel ainda anda, dirigido pelo sonho alucinado do teu querer. Um homem disforme exige que o acompanhe. Quero o girar do carrossel. Em volta, o tráfego ensurdecedor. Prédios em construção, uma sucata sombria capaz de destruir nossos desejos. Sinto as trevas escondidas pela cidade, preparadas para me consumirem dentro da sua mansão. Não existem palavras possiveis que digam o quão profundo pode ser o silêncio. No limiar da porta de teu quarto há um abismo que desconheces, mas procuras insistentemente. Uma mancha de tinta que sentes alastrar mas que, afinal, nem sequer está lá. Ansio por ti qual animal selvagem e desvairado, o calor do teu corpo faz-me ferver no meu próprio desejo. Repousas como um anjo envenenado e eu caminho trémulo por entre as ruínas e o lixo, seguindo um destino sem rumo.
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11 comentários:
que beleza, maneles.
ainda temos de escrever uma coisa em conjunto. eu gostava.
escreves tão bem manel. babei-me a ler isto, ahaha! *-*
Deixa lá, que estes concertos são das poucas coisas boas que Braga trazem. Com certeza que é uma cidade maravilhosa com gente fascinante, mas há por aí melhor...
mais uma vez, muita mania.
olá, eu sou o inconsciente do manel a falar e digo que sou um pirilau. é verdade um pirilau que escreve incrivelmente bem.
e devo dizer também que, não só este post, mas como todos os outros, enchem de àgua muitas bocas secas e abrem mentes fechadas.
o que quero dizer é que na verdade escreves com coração e nota-se, e não tentes dizer que não porque sei que o manel é um coraçãozito de manteiga :)
Uma mancha de tinta que sentes alastrar mas que, afinal, nem sequer está lá.
Tinha saudades destas tuas palavras!
escreves terrivelmente bem (:
No one does, I bet Lovecraft and Poe thought like you do.
mas inspiras-te neles, admite.
(x
hmm, mão morta.
sim, pode-se dizer que sim.
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