sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cadáveres.

Ao virar a esquina para a rua principal deparei-me com um vil cenário que me consumiu as entranhas. Uma pobre mulher de carcassa desfigurada jazia ali, no meio do trânsito do fim da tarde. O barulho ensurdecedor do trânsito do início de noite. Eu passei em silêncio, não conseguia transmitir nem um som. O tráfego, os prédios em construção. Não há palavras que descrevam. O arrepio, o medo. As pessoas apressam-se, repulsadas com aquela demencial cena. Tentam ignorar a situação. Enquanto passo, nenhum carro pára. E o cadáver daquela pobre mulher continua ali jazido, ensaguentado sem ninguém que o reclame. Começa a chover.

5 comentários:

Tiago Filipe disse...

eu gosto deste estilo de escrita, tipo... imaginar uma situação e reacção à mesma, muito bom e muito bem descrito, gosto disso na tua escrita, eu por outro lado não consigo descrever nada de jeito...

piolhus disse...

continuo achar que um dia destes vou andar a ler textos e poemas lindos e fofinhos no meu livro de Português, tenho-o dito.

eduardo maria morgado disse...

escreves bem, manel. escreves. dá vontade de assassinar mais humanos, em qualquer rua ou esquina, para que possas escrever sobre isso e ler-te novamente.

Anónimo disse...

gosto do blog, escreves bem. vou seguir :)

Anónimo disse...

uau incrível, ao ler isto quase que me sinto lá, a olhar para o cadáver da pobre mulher. escreves mesmo bem :)