quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Carência.
Metáforas, mágoas. A noite já caiu. A única luz presente é a de uma lua cheia que me lembra de ti. Rondas-me, tal como a tormento, com a sua inocente vontade de provar o meu caixão. Corro desvairado pela rua, fugindo do lacrau que se quer apoderar de mim. Desfaleço em convulsões sísmicas que me transportam para a amarga solidão. Já nada é o que era. As memórias assaltam-me o cérebro quase demente que insiste em se abrir para prazerosos e obscuros deleites. Ensurdecem-me os teus gritos sufocados, assustam-me os vampiros escondidos nas sombras da nossa realidade. Sobe por mim uma dor que late. Arde-me o peito. Sinto-me transposto para o teu quarto, onde estás deitada que nem um anjo adormecido acariciado pelo medo. Não consigo mexer-me. Consigo ver o lacrau ao fundo. Sinto o seu perfume horripilante entrar-me pela alma e reclamá-la sua. Fico arrepiado quando o afiado gume se espeta no meu coração. Os suores frios assolam-me e aí que eu sei. O lacrau... és tu.
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4 comentários:
i don't speak portuguese, but great bands on you profile! good luck, from an argentinian new friend
E se o lacrau não for nada mais que o teu medo? O medo dessa pessoa, de seres magoado por ela...
Corres e foges dela, mas tal como um medo, não é melhor enfrentá-la?
Porquê 'Carência'?
és das poucas pessoas que escreve de uma das formas que eu mais gosto.
está bem bonito, manel.
Gosto mesmo mesmo do teu blog e da maneira como escreves (:
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