sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Londres.

Londres, 1h da manhã. Estou a percorrer Camden ouvindo o som saído de dentro dos bares. Pessoas embriagadas cambaleando pela rua, de alma vazia.. Estariam a beber para esquecer os seus problemas e o stress do trabalho? Só elas sabem. Um casal percorre a rua no sentido contrário ao meu, ele tem uma cerveja numa mão e um cigarro na outra, ela traz um casaco de ganga aberto e um top preto a revelar uma parte dos seus seios. Estariam a voltar de uma noite atribulada pelos pubs do bairro. À entrada de um bar, um dealer. Dirige-se até mim, traz um saco de erva na mão e um joint aceso na boca. Oferece-me o saco. Aceno um não com a cabeça e sigo o meu caminho pela rua. Decido entrar num daqueles tantos bares à minha volta. Deparo-me com um ambiente fantástico. Pessoas a confraternizar, um cheiro a charro no ar, cerveja derramada pelo chão, casais a beijarem-se apaixonadamente à porta das casas-de-banho, provavelmente seria um simples one night stand.
Dirijo-me ao balcão e peço uma cerveja. Olho em volta para ver com mais atenção o ambiente que me rodeia. Sentada do meu lado direito, no balcão, estava uma rapariga atraente. Calças justas, camisola de alças dos Clash. Fico indeciso se hei-de falar com ela ou não. Após olhar para o seu corpo perfeito as minhas indecisões acabam, ofereço-lhe uma bebida. Ela parece estar interessada. Após uns copos de vodka e umas cervejas, puxa-me para dançar. Aprecio mais uma vez o seu maravilhoso corpo enquanto caminhamos para a pista de dança. Começamos a dançar e ela parece cada vez mais interessada. Aproxima o seu corpo do meu e entramos num jogo sensual em busca de quem cede primeiro. Ela encosta e roça o seu traseiro na minha púbis e eu fico cada vez mais excitado. Não aguento mais e digo-lhe para sairmos dali. Ela aceita de imediato o convite e leva-me para o seu apartamento. No caminho só consigo pensar naquela dança e no que irá acontecer a seguir.
Ao subir as escadas para sua casa trocamos beijos cada vez mais longos e excitantes. Entramos e eu empurro-a contra a parede. Trocamos beijos apaixonados. Sinto a sua língua à volta da minha e fico cada vez mais excitado. Mordo-lhe o pescoço devagar enquanto as minhas mãos descem até às suas coxas, depois deixo-as escorregar por baixo da sua camisola e aperto-lhe os seios. Ela, cada vez mais entusiasmada, tira-me a t-shirt, arranha as minhas costas, conduz-me para o sofá e sussurra-me que a dispa, eu faço-o: tiro-lhe a camisola apressadamente, desabotoo-lhe as calças enquanto lhe mordo a barriga e a ouço suspirar; as calças saem e eu avanço um pouco mais, desapertando-lhe o soutien. Ela agarra-me com força, crava as unhas nos meus ombros e invertem-se as posições: agora ela comanda.
Sabe como me provocar e eu não lhe resisto. Agarro-lhe o rabo com as mãos, ela despe as cuecas e agarra as minhas mãos com o intuito de fazer com que a apertasse com mais força, consigo sentir já o seu sexo sobre o meu e de vez em quando alguns movimentos que me deixam sem qualquer capacidade de resistência. Até que ela volta a tocar-lhe com os dedos – ela sabe exactamente como faze-lo – e cada vez mais rápido, até descer com a boca… pego num preservativo e quando o ia colocar ela arranca-mo das mãos e é ela que o coloca, na perfeição. Penetro-a. Devagar. Devagar. E cada vez mais, e mais. Ela geme. E eu também, inevitavelmente.
Abro os olhos, acordo ao pé dela, na cama dela. É de madrugada e não me lembro ao certo como fui ali parar. Levanto-me, tiro um cigarro do maço e fumo-o calmamente, sem pressas. Ela dorme tranquila, só acordará quando o sol começar a entrar pela janela, é certo. Acabo o cigarro. Visto-me. Verifico as horas e saio, batendo a porta silenciosamente.

Texto escrito no fim de 2008.

5 comentários:

Pepper disse...

Eu ando é com pouca paciência para descrições exaustivas (= OS MAIAS)

O espírito nocturno londrino está muito bem escrito e fez-me lembrar uns tempos em que me custou imenso habituar a pedir cervejas na britânia porque nunca me lembrava que não podia dizer 'beer'!

De resto, achei fantástico como passaste de toda uma grande sensualidade que me levou a quase pseudo-viver toda a acção e deixar-me envolvida em parte, para um final enternecedor que até leva a pensar num one night stand como algo mais que físico, uma faceta carinhosa.

Alice disse...

wow...isto é intenso.

Molly disse...

O ambiente é tão perfeito, gosh ! Dá-me vontade de pular para a historia

Ni disse...

adorei!

marybesh disse...

Lindo, isto! Envolves os leitores na tua historia, é tão fácil viver tudo dentro da cabeça. Lindo!