Odeio o teu maligno corpo que me consome em seus sonhos.
Odeio o teu destilar de sensualidade que me apanha com suas mãos e me destrói o cérebro sem qualquer pingo de arrependimento.
Odeio a perversidade das tuas pernas que me cativam a um ponto incontornável.
Odeio o teu cabelo e a forma obscena de como o soltas.
Odeio-te luz mutilada que me guia pela noite enevoada.
Odeio-te minha rosa de espinhos que me arranca a carne das mãos.
Odeio-te morte lenta que me reveste de medo e me assassina docemente.
Odeio-te amuleto amaldiçoado que intoxicas de frieza o meu ser.
Odeio-te pérfido navio que uso para chegar à outra margem.
Odeio-te dissimulado punhal que se espeta no meu abdómen e se recusa a sair.
Odeio-te abismal fogo que me aquece até me consumir.
Odeio-te tépida noite que procura em mim a coragem para morrer.
Odeio-te selvagem satanás que agarras a minha alma e me levas contigo para as trevas.
Odeio-te subúrbio dantesco onde cresce o grotesco sofrimento animal.
Odeio-te meu amargo doce.
domingo, 30 de agosto de 2009
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10 comentários:
e dizes tu que não escreves bem, manel :)
Eu não tenho tanta sorte, já que a minha pele é branca e tenho que redobrar os cuidados quando estou exposta ao sol. E mesmo assim, como já viste, não trouxe grandes efeitos.
Costuma-se dizer que a única coisa que separa o amor do ódio, é uma linha muito ténue.
4 escaldões ? o: não deve ter sido uma experiência agradável xD
obrigada :)
eu adorei este texto , escreves bem , mesmo bem o:
epa, infelizmente, tenho de discordar.
contudo, genial está este post, ó caramelo de um raio.
Pois, como te compreendo, mas digo-te, aquela tarte de nata estava muito boa! Mas melhor, o gelado de bolacha, nata e chocolate!
Quanto eo teu texto, o ódio costuma-se transformar muitas vezes em amor. Mas está muito bem escrito, parabéns :)
esse respirar todo de ódio, talvez seja amor (:
Que texto divinal**
"Odeio o teu destilar de sensualidade que me apanha com suas mãos e me destrói o cérebro sem qualquer pingo de arrependimento."
Completamente maravilhoso!
o texto começou de maneira perfeita, mas, na minha opinião, a partir de 'Odeio-te luz mutilada que me guia pela noite enevoada' começou a degradar um bocado e a ideia que inicialmente deste de objectividade em relação ao objecto amado passou a ser subentendida demais. mesmo assim deliciei-me com as primeiras linhas :D
gosto dos textos !
e obrigada (:
gosto muito :)
escreves bem!
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